quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

 A arquitetura barroca


A arquitetura barroca (AO 1945: arquitectura barroca) é o estilo arquitectónico praticado durante o período barroco, que inicia-se a partir do século XVII e decorre até a primeira metade do século XVIII. A palavra portuguesa "barroco" define uma pérola de formato irregular.

Definição

O barroco é libertação espacial, é libertação mental das regras dos tratadistas, das convenções, da geometria elementar. É libertação da simetria e da antítese entre espaço interior e exterior. Por essa ser a vontade, de libertação, o barroco assume um significado do estado psicológico de liberdade e de uma atitude criativa liberta de preconceitos intelectuais e formais. É a separação da realidade artística do maneirismo. A arquitetura barroca ocorreu em vários países católicos da Europa como Itália, Áustria, Espanha e Portugal. Países protestantes como a Inglaterra não apresentam a arquitetura barroca.

O barroco e a religião

O Concílio de Trento, o 19º concílio ecuménico, convocado pelo Papa Paulo III para assegurar a unidade de fé e a disciplina eclesiástica, realizou-se de 1545 a 1563, no contexto da reação da Igreja Católica à cisão vivida na Europa do século XVI, diante da Reforma Protestante. É conhecido como o Concílio da Contra-Reforma e foi o mais longo da história da Igreja.
O Concílio emitiu numerosos decretos disciplinares, em oposição aos protestantes e estandardizou a missa, abolindo largamente as variações locais. Regulou também as obrigações dos bispos e confirmou a presença de Cristo na eucaristia.
Definiu, de forma explícita, que a arte deve estar a serviço dos ritos da Igreja, através de imagens, tidas como elementos mediadores entre a humanidade e Deus. Os protestantes iconoclastas criticam precisamente esse amplo uso de imagens sagradas. Para os teóricos da Contra-Reforma, no entanto, tais imagens constituem um meio privilegiado de doutrina cristã e da história sagrada.

O barroco e a forma

Em termos artísticos, o barroco vai utilizar a escala como valor plástico de primeira grandeza. Os efeitos volumétricos são também elementos essenciais na arquitectura barroca.

Principais artistas e obras da arquiteturas barroca

Igreja de Sant'Agnese in Agone
  • Louis Le Vau foi o autor do Château de Vaux-le-Vicomte, considerada como uma das influentes obras da época. A relação pátio-jardim é verdadeiramente revolucionária. Os jardins, projectados por André Le Nôtre, deixam de ser um mero complemento do edifício e ganham um prolongamento que vai para além da construção do château em si. Os jardins de Le Nôtre, sempre fortemente marcados pela axialidade, tocam, a partir do olhar do observador, no horizonte, realizando o que o autor C. Norberg Schulz chama de experiência de um espaço infinito.
  • Claude Perrault é outro importante arquitecto francês, ainda que menos célebre. A fachada oriental que desenhou para o Palais du Louvre é um excelente exemplo da arquitectura barroca francesa. Em todo o espaço cria-se uma multiplicidade cenográfica. O muro não é entendido como um limite, mas como realidade espacial privilegiada para conter movimento.

Cultismo e Conceptismo

No início do nosso trabalho, você leu dois textos: o sermão em que Vieira tenta convencer os fiéis a se sujeitarem ao sofrimento humano evocando o sofrimento dos mártires da Igreja e o poema de Gregório em que ele demonstra que deseja unir-se a Cristo para, junto com as dores do Salvador, expiar seus pecados. Cada um deles pertence a um diferente estilo de escrever literatura do movimento barroco: o conceptismo e o cultismo.
Estes dois estilos, que não se excluem, enfatizam elementos diferentes do texto. O conceptismo, assim como o nome lembra (concepção = idéia, conceito), enfatiza o plano das idéias do texto, e procura ressaltá-las, evidenciando-as e as tornando o mais claras possível. O cultismo, por sua vez, é o culto da forma do texto e procura enfatizar a expressividade deste através do uso (e abuso) das figuras de linguagem.
Explicando mais um pouquinho o mesmo ponto: o cultismo valoriza a forma e a imagem construída no texto através de jogos de palavras (uso de metáforas, metonímias, hipérboles - exageros - antíteses, paradoxos e comparações). Este jogo de palavras brinca com os sentidos que são construídos ao longo do texto. Observe um exemplo num poema de Gregório de Matos:


Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.

Observe que o texto de Gregório consegue transmitir ao seu leitor muito da angústia do eu lírico através da confusão dos sentidos das palavras, do não entendimento, do questionamento do mundo. O nascer e o questionamento desta ação, a constância que se revela inconstante, e a firmeza que tem como característica ser inconstante (e por isso não ser firme) revelam uma dificuldade em entender e aceitar o mundo real como ele é. E, como você deve lembrar, estas características opostas num mesmo ser são formalizadas pelo uso do paradoxo.

O conceptismo, por sua vez, valoriza o conteúdo do texto num intuito persuasivo, através de jogos de idéias os quais seguem um raciocínio lógicoque se propõe evidente. É freqüente o uso de comparações explícitas, analogias e até parábola (uso de símbolos e seres inanimados para se contar uma estória de forma a melhor captar o entendimento do leitor). Observe um exemplo de texto conceptista num trecho de um sermão do Pe. Antonio Vieira, conhecido como Sermão de Santo Antônio.

Quis Cristo que o preço da sepultura dos peregrinos fosse o esmalte das armas dos portugueses, para que entendêssemos que o brasão de nascer portugueses era a obrigação de morrer peregrinos: com as armas nos obrigou Cristo a peregrinar, e com a sepultura nos empenhou a morrer. Mas se nos deu o brasão que nos havia de levar da pátria, também nos deu a terra que nos havia de cobrir fora dela. Nascer pequeno e morrer grande é chegar a ser homem. Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o nascimento e tantas para a sepultura. Para nascer, pouca terra; para morrer, toda a terra; para nascer, Portugal; para morrer, o mundo.
Observe que neste texto, Vieira procura justificar o expansionismo português com as Grandes Navegações e consolar os exilados no Brasil das saudades de sua terra Natal. Ser peregrino é a missão que Deus, segundo ele, deu aos portugueses. Para comprovar esta afirmação, Vieira usa dois argumentos: Deus deu pouca terra aos portugueses para nascerem, numa alusão à pequena extensão do país, mas deu muitas terras onde morrerem, numa referência às várias colônias de Portugal em três continentes (América, África e Ásia). Portanto, como dádivas divinas, as colônias para onde migram os portugueses devem ser recebidas/habitadas com alegria. A intenção de Vieira é fazer com que os colonos encarem a vida longe de Portugal com a alegria estóica* dos cristãos que suportam todos os fardos para expiar os pecados e alcançar a salvação.

Na Espanha, estes estilos foram também conhecidos como Quevedismo (conceptismo) e Gongorismo (cultismo). Para facilitar a associação, lembre-se que o nosso Gregório de Matos era cultista. Observe que os "gês" que se repetem no nome: é um bom recurso de memorização.

* Estóica = Que tem a qualidade do estoicismo, corrente filosófica grega que considera que cada ser ocupa um lugar predestinado na organização do mundo. O sofrimento, para os estóicos, só acontece quando nos recusamos a seguir os destinos que nos foram traçados. Se alguém sofre é porque trilha (ou tenta trilhar) um caminho contrário ao seu destino.
Nosso jeito barroco de ser 


BARROCO



O Barroco sucedeu o Renascimento, abrangendo do final do século XVI ao final do século XVIII, estendendo-se a todas as manifestações culturais e artísticas europeias e latino-americanas.
 O momento final do Barroco, o Rococó é considerado um barroco exagerado e exuberante, e para alguns, a decadência do movimento.
 Esse trabalho tem por objetivo apresentar aspectos gerais da literatura barroca principalmente no Brasil. É importante observar que não se pretende esgotar o assunto, nem mesmo em relação à literatura barroca brasileira, visto que a bibliografia é muito extensa. 

No entanto, o interesse nesse trabalho está em mostrar o barroco não só como um estilo artístico e literário, mas também, um estilo que perdura em outras épocas. 
Este trabalho pretende enveredar pela literatura barroca no Brasil, no sentido de mostrar heranças e limites cronológicos, as principais características e seus principais representantes da época, bem como a repercussão do estilo literário barroco utilizado por demais artistas do mundo contemporâneo. Para cumprir esses objetivos, o método utilizado foi de uma pesquisa bibliográfica sobre o conceito da arte barroca literária brasileira junto à utilização de diferentes livros poéticos.
  
                                                
                                                 CARACTERÍSTICAS DA LITERATURA BARROCA

Culto do contraste: o dualismo barroco coloca em contraste a matéria e o espírito, o bem e o mal, Deus e o Diabo, céu e a terra, pureza e o pecado, a alegria e a tristeza, a vida e a morte.
 Consciência da transitoriedade da vida: a idéias de que o tempo consome, tudo leva consigo,e que conduz irrevogavelmente a morte, reafirma os ideais de humildade e desvalorização dos bens materiais, ou seja sem apego aos bens materiais.
Gosto pela grandiosidade: característica comum expressa com o auxilio de hipérboles, ou seja exageros, figura de linguagem que consiste em aumentar exageradamente algo a que se estar referindo.
 Frases interrogativas: que refletem dúvidas e incertezas, questionamentos: “que amor sigo? Que busco? Que desejo? O que quero da vida?
Cultismo: é o jogo de palavras, o estilo trabalhado. Predominam hipérbole, hipérbatos (isto é, alteração da ordem natural das palavras na frase ou das orações no período) e metáforas (comparações), como: diamantes que significam dentes ou olhos.
Conceptismo: é o jogo de idéias ou conceitos, de conformidade com a técnica de argumentação. É comum o uso de antítese, ou seja idéias contrárias, paradoxos. enquanto os cultistas tinham a visão direcionada aos sentidos, já os conceptistas eram direcionados a inteligência

O BAROCO NO BRASIL
Este movimento só se tornou realidade no Brasil quando a exploração das minas de metais preciosos em Minas gerias deu oportunidade para o surgimento de novas cidades e vilarejos, pois com elas vieram também a cultura e a arte. Um exemplo foi a :

                                                                         ARQUITETURA BARROCA
Teve sua visão voltada para e construção de fortalezas, casas de engenho, igrejas pertencentes a muitas ordens como a dos beneditinos. Alguns de seus principais representantes foram: Francisco Frias de Mesquita, que veio para o Brasil em 1603; Francisco Dias , que foi um jesuíta e que projetou a primeira igreja jesuítica no Brasil; Francisco dos Santos, teve sua atuação em Olinda, foi arquiteto e também franciscano, seus projetos foram: a igreja de Nossa Senhora das Neves e o convento de São Francisco;Macário de São João, ele foi frei beneditino, que teve entre os seus principais projetos, o Convento de Santa Teresa, o Mosteiro de São Bento Casa de Misericórdia, em Salvador.
Francisco Xavier de Brito foi escultor português, radicando no Brasil, acabou influenciando a obra do mestre Aleijadinho;
Antonio Francisco Lisboa, também conhecido como o Aleijadinho, visto como o maior gênio da arte brasileira.
 Capela Dourada da Igreja da Ordem Terceira
 de São Francisco de Assis, no Recife,
 construída e decorada entre 1696 e 1724.

 A colonização do Brasil se deu inicialmente pela costa litorânea, onde atracaram as primeiras fragatas e por onde começou a exploração do território. Os lugares geográfica e estrategicamente mais adequados à construção e à defesa deram origem às primeiras vilas. Em algumas delas foram rezadas missas inaugurais, muitas foram batizadas com nomes de santos, e todas ganharam igrejas ou capelas.
Com o avanço da colonização e o desenvolvimento da atividade extrativista, algumas vilas transformaram-se em importantes cidades, em que se refletia o poderio econômico da Coroa.
Recife - As principais cidades nordestinas enriqueceram rapidamente com a produção açucareira. Dessa prosperidade resultaram muitas manifestações artísticas e arquitetônicas de grande porte e ostentação.


 No interior da Igreja de São Francisco, em Salvador, que começou a ser
 construída em 1708, impressiona a variedade de materiais nobres usados
 na decoração, como o ouro, a azulejaria e o jacarandá         
A conveniente combinação entre o enriquecimento brusco e os objetivos da arte religiosa originou obras e templos exemplares do chamado barroco litorâneo, erguidos com materiais nobres e decorados conforme os padrões ibéricos vigentes à época.
Recife foi uma dessas cidades em que sobreviveram importantes edificações religiosas, apesar de conflitos e destruições decorrentes da disputa por suas terras.
Salvador - A economia açucareira promoveu o desenvolvimento acelerado de algumas cidades do Nordeste do país durante a colonização.



GREGÓRIO DE MATOS Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador, Bahia, em 7 de abril de 1636. Faleceu em Pernambuco, em 1696. 
De família abastada, Gregório estudou com os jesuítas de Salvador. Em 1650, com 14 anos, embarcou para Portugal (Lisboa), aonde foi com o propósito de estudar Direito. 
Matriculou-se na Universidade de Coimbra, onde se formou em julho de 1661 e passou a exercer a magistratura. 
Interrompeu a carreira de juiz para voltar ao Brasil (por volta de 1680). Supõe-se que, nessa altura, já teria feito conhecer o seu talento de repentista e zombeteiro.
POESIA SATÍRICA – Apesar de ter exercido funções religiosas e de ter um irmão padre (Eusébio de Matos), Gregório não perdoa a Igreja Católica baiana: faz sátiras ferinas contra padres e freiras, chegando mesmo a usar palavrões em pleno século XVII. 
E nos frades há manqueiras?... Freiras... 
E que ocupam os serões?... Sermões. 
Não se ocupam em disputas?... Putas. 
Com palavras dissolutas 
Me concluís, na verdade, 
Que as lidas todas de um frade 
São freiras, sermões e putas. 
Veja o que disse o poeta sobre a Sé da Bahia, órgão central da Igreja Católica no Brasil: 
A nossa Sé da Bahia, 
com ser um mapa de festas, 
é um presepe de bestas, 
se não for estrebaria. 
Várias bestas cada dia, 
vemos que o sino congrega: 
Caveira, mula galega, 
o Deão, burrinha parda, 
Pereira, besta de albarda, 
tudo para a Sé agrega. 
Depois de ridicularizar a Igreja Católica, Gregório voltou sua pena satírica contra o governador-geral da Bahia, Antônio de Sousa Meneses, que esteve à frente do governo de maio de 1682 a junho de 1684.
Barroco em Jacobina 


As cidades do Recôncavo Baiano são um extraordinário parque barroco ao ar livre.
Estilo extrapolou limites da capital
Os municípios do Recôncavo Baiano constituem-se em um extraordinário parque barroco ao ar livre. Mesmo ofuscados pelas atividades de prospecção e refino de petróleo, na segunda metade do século XX, alguns municípios ainda guardam o esplendor da época colonial. A maior expressão do barroco é a cidade de Cachoeira, mas quase todos os municípios da região guardam verdadeiros tesouros da época de ouro. Veja, a seguir, algumas sugestões de roteiros, contidas no projeto Caminhos Históricos do Recôncavo Baiano, que será implantado em breve pela Secretaria de Turismo:
CACHOEIRA
Convento e Igreja de Nossa Senhora do Carmo

Fica localizado na Rua Inocêncio Boaventura, s/n. É tombado pelo Iphan desde 1938. Imóvel do século XVIII, provavelmente construído entre 1715 e 1722. Construção conventual. A igreja tem corredores laterais superpostos por tribunas. Seus azulejos são de 1760-1770. O frontispício rococó, em galilé, avançando sobre a rua, em contraste com as fachadas sóbrias do Convento e da Ordem Terceira, e a presença de uma janela da torre abrindo-se para o seu interior, comprovam que ele foi refeito em 1773. Hoje funciona como um Centro de Convenções do Hotel Pousada do Carmo.
Ordem 3ª do Carmo
Fica localizada na Praça da Aclamação, s/n. É tombada pelo Iphan desde 1938. Imóvel construído no século XVIII, provavelmente entre os anos de 1702 e 1724. A capela é do princípio do século XVIII e conserva, como a matriz local, o espírito clássico do século anterior, de que foram protótipos as primeiras capelas jesuíticas. Sua simplicidade externa contrasta com a decoração do interior, que só fica atrás da de São Francisco, em Salvador, segundo Bazin. Os altares e tribunas da nave denotam influência chinesa, também evidente nos armários da sacristia e do consistório. Hoje existe um projeto de transformar o templo no Museu de Arte Sacra do Recôncavo.
Casa de Câmara e Cadeia
Fica localizada na Praça da Aclamação, s/n. É tombada pelo Iphan desde 1939. Imóvel construído, provavelmente, entre os anos de 1700 e 1712.  A Casa de Câmara e Cadeia é dos primeiros anos do século XVIII, com elementos característicos dessa tipologia no Recôncavo. Algumas dessas casas de Câmara e Cadeia, como as de Cachoeira, Maragojipe e Santo Amaro foram diretamente influenciadas pela de Salvador. A presença de celas para presos qualificados, no pavimento nobre, foi notada, também, em Maragojipe. 
Chafariz Público
Fica localizado na Praça Aristides Milton, s/n. É tombado pelo Iphan desde 1939. Equipamento público construído no final do século XVIII, possivelmente entre 1781e 1796. O chafariz é precedido de um pequeno átrio, elevado em alguns degraus em relação à rua, onde era distribuída a água. A fachada do chafariz, flanqueada por cunhais de alvenaria culminados por tocheiros, é subdividida em dois estágios por uma robusta cornija. Na parte inferior existem sete carrancas em ferro fundido, por onde corria a água. Em cima, em seu centro, são exibidas as armas do Império, executadas em estuque e, um pouco abaixo, uma placa datada de 1827. Seu frontão é neoclássico.
Igreja da Matriz de Nossa Senhora do Rosário
Fica localizada na Rua Ana Nery, s/n. É tombada pelo Iphan desde 1939. O imóvel foi construído no final do século XVII. Os painéis de azulejos foram colocados em 1750.  O edifício é de grande valor monumental e histórico. Planta retangular recoberta por telhados de duas e meia águas. O frontispício é do tipo templo, ladeado por duas torres com terminações piramidais, revestidas de azulejos. O acesso se dá por portal de lioz, coroado por um nicho e formado por três arcos planos. Seu interior é muito rico, revestido de azulejos historiados com temas bíblicos, com mais de 4m de altura [considerado o maior do Brasil]. O forro da nave exibe pintura ilusionista e os da sacristia e coro, medalhões. Seu acervo ostenta numerosas imagens, doze telas, muitas alfaias e um sacrário de prata.
Capela de Nossa Senhora da Ajuda
Localização: Largo da Ajuda, s/n. Século XVII, provavelmente a partir de 1606. É tombada pelo Iphan desde 1939. Planta constituída de copiar, nave, capela-mor, sacristia e torre. Nave com telhados de duas águas. O frontispício é marcado pela presença de um copiar, guarnecido de gradil de madeira. A fachada é do tipo empena, contornada por cunhais de cantaria.
SANTO AMARO DA PURIFICAÇÃO
Matriz de Nossa Senhora da Purificação

Imóvel do século XVIII, 1706. No seu interior, modificado na década de 1920, destacam-se os forros com pintura ilusionista. A capela-mor e altares atuais são neoclássicos do início do século.
Casa de Câmara e Cadeia
Imóvel do século XVIII, provavelmente de 1727. É revestido com decoração neoclássica.
Santa Casa da Misericórdia
Imóvel do século XVIII, 1778. A Santa Casa foi fundada em 08 de setembro de 1778 pelo Des. Ciríaco Antônio de Moura Tavares e pelo vigário Pe. José Batista Leitão. O edifício tem um tratamento neoclássico.
Convento Nossa Senhoa dos Humildes
Imóvel do século XVIII, 1793. Nesse ano, Inácio dos Santos e Araújo constrói a capela. Em 08 de dezembro de 1817 é inaugurado o Recolhimento, com a entrada de 12 recolhidas, 06 meninas e 09 servas. Toda a talha da capela é neoclássica.
Igreja de Nosso Senhor do Amparo
Imóvel do século XIX , 1817. A reforma realizada em 1907 teve como objetivo adequar tardiamente a igreja ao gosto neoclássico.
NAZARÉ
Igreja da Matriz de Nossa Senhora de Nazaré

Avenida D. Pedro II, 21. Construída no final do século XVIII, em 1780.
Tombada pelo Iphan desde 1962. É uma reminiscência do estilo maneirista; os altares são neoclássicos.
Capela de Nossa Senhora da Conceição
Praça Muniz Ferreira. Construída em meados do século XVIII, em 1742.
Tombada pelo Iphan desde 1962.
Capela de Nossa Senhora de Nazaré
Praça Almirante Muniz.. Construída em meados do século XVII, em 1649. Tombada pelo Iphan em 1962.
SÃO FÉLIX
Igreja da Matriz de Deus Menino
Edificada no final do século XVIII. Arquitetura de fachada tipicamente rococó.
Igreja do Senhor São Félix
Edificada no final do século XVIII. Em um maneirismo tardio, uma imitação da arte renascentista europeia.
MARAGOJIPE
Matriz de São Bartolomeu
Imóvel do século XVII, 1640. Nesse ano, Bartolomeu Gato de Castro promove a construção de templo, dedicando-o a São Bartolomeu. Foi financiado pelos moradores, com ajuda da Coroa.
Casa de Câmara e Cadeia
Imóvel do século XVIII, 1774.
Sobrado da Terpsícore
Imóvel do século XIX. Abriga a sede da Filarmônica Sociedade Recreativa Terpsícore Popular de Maragojipe.
Santa Casa da Misericórdia
Imóvel do século XVII, construído entre 1680 e 1692.
ITAPARICA
Forte de São Lourenço
Localizado na Praça Getúlio Vargas, s/n.
Construído no final do século XVIII, é tombado pelo Iphan desde 1938.
Igreja de São Lourenço
Localizada na Rua Luís Gran, s/n, construída no final do século XVII, foi tombada pelo Iphan também em 1938.
Igreja Santíssimo Sacramento
Localizada na Rua Luís Gran, s/n, construída no início do século XVII.
JAGUARIPE
Casa de Câmara e Cadeia
Localizada na Praça da Bandeira, s/n,construída no final do século XVII. Segundo a tradição, teria existido um porão, a “Prisão do Sal”, cujo local era invadido periodicamente pelas marés. Tombada pelo Iphan.
Igreja da Matriz de Nossa Senhora da Ajuda
Localizada no Alto da Matriz, s/n, construída no início do século XVIII. Tombada pelo Iphan.
Casa do Ouvidor
Localizada na Ladeira da Ajuda, 12, construída em meados do século XVII. Tombada pelo Iphan.

Padre Antônio Vieira

António Vieira (português europeu) ou Antônio Vieira (português brasileiro) (Lisboa, 6 de fevereiro de 1608Salvador (Bahia), 18 de julho de 1697) foi um religioso, filósofo, escritor e orador português da Companhia de Jesus.
Uma das mais influentes personagens do século XVII em termos de política e oratória, destacou-se como missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu infatigavelmente os direitos dos povos indígenas combatendo a sua exploração e escravização e fazendo a sua evangelização. Era por eles chamado de "Paiaçu" (Grande Padre/Pai, em tupi).
António Vieira defendeu também os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novos (judeus convertidos, perseguidos à época pela Inquisição) e cristãos-velhos (os católicos tradicionais), e a abolição da escravatura. Criticou ainda severamente os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição.
Na literatura, seus sermões possuem considerável importância no barroco brasileiro e português. As universidades frequentemente exigem sua leitura.

Biografia

Nascido em lar humilde, na Rua do Cónego, perto da Sé, em Lisboa, foi o primogénito de quatro filhos de Cristóvão Vieira Ravasco, de origem alentejana cuja mãe era filha de uma mulata ou africana, e de Maria de Azevedo, lisboeta. .[1]
Cristóvão serviu na Marinha Portuguesa e foi, por dois anos, escrivão da Inquisição. Mudou-se para o Brasil em 1614, para assumir cargo de escrivão em Salvador, na Bahia, mandando vir a família em 1618.

No Brasil

António Vieira chegou à Bahia, onde em 1609 seu pai passou a trabalhar como escrivão no Tribunal da Relação da Bahia, o que motivou a vinda de toda a família. Em 1614, iniciou os primeiros estudos no Colégio dos Jesuítas de Salvador,[2] onde, principiando com dificuldades, veio a tornar-se um brilhante aluno. Ingressou na Companhia de Jesus como noviço em maio de 1623.
Em 1624, quando na invasão holandesa de Salvador, refugiou-se no interior da capitania, onde se iniciou a sua vocação missionária. Um ano depois tomou os votos de castidade, pobreza e obediência, abandonando o noviciado. Prosseguiu os seus estudos em Teologia, tendo estudado ainda Lógica, Metafísica e Matemática, obtendo o mestrado em Artes. Foi professor de Retórica em Olinda, ordenando-se sacerdote em 1634. Nesta época já era conhecido pelos seus primeiros sermões, tendo fama de notável pregador.
Quando a segunda invasão holandesa ao Nordeste do Brasil (1630-1654), defendeu que Portugal entregasse a região aos Países Baixos, pois gastava dez vezes mais com sua manutenção e defesa do que o que obtinha em contrapartida, além do fato de que os Países Baixos eram um inimigo militarmente muito superior à época. Quando eclodiu uma disputa entre Dominicanos (membros da Inquisição) e Jesuítas (catequistas), Vieira, defensor dos judeus, caiu em desgraça, enfraquecido pela derrota de sua posição quanto à questão da guerra.

Em Portugal

Após a Restauração da Independência (1640), em 1641 regressou a Lisboa iniciando uma carreira diplomática, pois integrava a missão que ia ao Reino prestar obediência ao novo monarca. Sobressaindo pela vivacidade de espírito e como orador, conquistou a amizade e a confiança de João IV de Portugal, sendo por ele nomeado embaixador e posteriormente pregador régio. Ainda como diplomata, foi enviado em 1646 aos Países Baixos para negociar a devolução do Nordeste do Brasil, e, no ano seguinte, à França. Caloroso adepto de obter para a Coroa a ajuda financeira dos cristãos-novos, entrou em conflito com o Santo Ofício, mas viu fundada a Companhia Geral do Comércio do Brasil.

No Brasil, outra vez

Em Portugal, havia quem não gostasse de suas pregações em favor dos judeus. Após tempos conturbados acabou voltando ao Brasil, de 1652 a 1661, missionário no Maranhão e no Grão-Pará, sempre defendendo a liberdade dos índios.
Diz o Padre Serafim Leite em Novas Cartas Jesuíticas, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1940, página 12, que Vieira tem "para o norte do Brasil, de formação tardia, só no século XVII, papel idêntico ao dos primeiros jesuítas no centro e no sul», na «defesa dos índios e crítica de costumes". "Manuel da Nóbrega e António Vieira são, efectivamente, os mais altos representantes, no Brasil, do criticismo colonial. Viam justo - e clamavam!"

Naufrágio nos Açores

Em 1654, pouco depois de proferir o célebre "Sermão de Santo António aos Peixes" em São Luís, no estado do Maranhão, o padre António Vieira partiu para Lisboa, junto com dois companheiros, a bordo de um navio da Companhia de Comércio, carregado de açúcar. Tinha como missão defender junto ao monarca os direitos dos indígenas escravizados, contra a cobiça dos colonos portugueses. Após cerca de dois meses de viagem, já à vista da ilha do Corvo, a Oeste dos Açores, abateu-se sobre a embarcação uma violenta tempestade. Mesmo recolhidas as velas, à exceção do traquete, correndo o navio à capa, uma rajada mais forte arrancou esta vela, fazendo a embarcação adernar a estibordo. Em pleno mar revolto, na iminência do naufrágio, o padre concedeu a todos absolvição geral, bradando aos ventos:
"Anjos da guarda das almas do Maranhão, lembrai-vos que vai este navio buscar o remédio e salvação delas. Fazei agora o que podeis e deveis, não a nós, que o não merecemos, mas àquelas tão desamparadas almas, que tendes a vosso cargo; olhai que aqui se perdem connosco."
Após essa exortação, obteve de todos a bordo um voto a Nossa Senhora de que lhe rezariam um terço todos os dias, caso escapassem à morte iminente. Ainda por um quarto de hora o navio permaneceu adernado até que os mastros se partiram. Com o peso da carga, estivada até às escotilhas, o navio voltou à posição normal, permanecendo à deriva, ao sabor dos elementos.
Nesse transe uma outra embarcação foi avistada, mas sem que prestasse qualquer auxílio. Ao cair da noite a mesma retornou, mas tratava-se de um corsário neerlandês que recolheu os náufragos a bordo e pilhou a embarcação à deriva, que acabou por ser afundada. Nove dias mais tarde, quarenta e um portugueses, despojados de seus pertences pessoais, foram desembarcados na Graciosa, onde o padre António Vieira, com o auxílio dos religiosos da Companhia de Jesus, procurou providenciar-lhes roupas, calçado e dinheiro durante os dois meses que permaneceram na ilha. Dali, também, creditou Jerónimo Nunes da Costa para que este fosse a Amesterdão resgatar os papéis e livros que lhe haviam sido tomados pelos corsários, o que se acredita tenha sido cumprido uma vez que dispomos hoje de cerca de duzentos sermões (este naufrágio é relatado no vigésimo-sexto) e cerca de 500 cartas do religioso, muitas das quais anteriores ao naufrágio.
O grupo passou em seguida à Ilha Terceira, onde Vieira obteve o aprestamento de uma embarcação para que os seus companheiros de infortúnio pudessem seguir para Lisboa. Instalado no Colégio dos Jesuítas em Angra, ele aqui permaneceu mais algum tempo, tendo instituído a devoção do terço, que pela primeira vez foi cantado na Ermida da Boa Nova. Entre os sermões que pregou em diversos locais da ilha, destacou-se o que proferiu na Igreja da Sé, na Festa do Rosário, celebrada anualmente a 7 de outubro, com aquele templo repleto.
Uma semana mais tarde, Vieira passou à Ilha de São Miguel, onde proferiu o sermão de Santa Teresa, um dos mais destacados de sua autoria. Dali partiu para Lisboa, a bordo de um navio inglês, a 24 de outubro. Após atravessar nova tempestade, o religioso chegou finalmente ao destino, em novembro de 1654.

Em Portugal, outra vez

Em Portugal, António Vieira tornou-se confessor da “regente”, D. Luísa de Gusmão que foi a primeira rainha de Portugal da quarta dinastia. Com a ascensão ao trono de D. Afonso VI, Vieira não encontrou apoio.
Abraçou a profecia Sebastiana e por isso entrou em novo conflito com a Inquisição que o acusou de heresia com base numa carta de 1659 ao bispo do Japão na qual expunha sua teoria do quinto império seguido a qual Portugal estaria predestinado a ser cabeça de um grande império do futuro.

Em Roma

Em Roma, ficou 6 anos, encontrou o Papa a beira da morte, mas deslumbrou a Cúria com seus discursos e sermões. Com apoios poderosos, renovou a luta contra a Inquisição, cuja actuação considerava nefasta para o equilíbrio da sociedade portuguesa. Obteve um breve pontifício que o tornava apenas dependente do Tribunal romano. A mesma extraordinária capacidade oratória que seduzira, primeiro, o governo geral do Brasil, a corte de Dom João IV, e que depois, iria convencer o Papa e garantir assim a anulação das suas penas e condenações.
Entre 1675 e 1681, a actividade da Inquisição esteve suspensa por determinação papal em Portugal e no império, uma determinação que encontrou o seu maior fundamento nos relatórios sobre os múltiplos abusos de poder que o jesuíta deixou em Roma, nas mãos do Sumo Pontífice. Desta forma conseguia dois feitos raros e históricos, por um lado conseguia parar pela primeira vez durante sete anos a actividade do Santo Oficio em Portugal e, feito não menor, lograva escapulir da perigosa malha que inquisidores derramavam sobre si.

Em Portugal

Regressou a Lisboa seguro de não ser mais importunado. Quando, em 1671, uma nova expulsão dos judeus foi promovida, novamente os defendeu. Mas o Príncipe Regente passara a protector do Santo Ofício e recebeu-o friamente. Em 1675, absolvido pela Inquisição, voltou para Lisboa por ordem de D. Pedro, mas afastou-se dos negócios públicos.

No Brasil, pela última vez

Decidiu voltar outra vez para o Brasil, em 1681. Dedicou-se à tarefa de continuar a coligir os seus escritos, visando à edição completa em 16 volumes dos seus Sermões, iniciada em 1679, e à conclusão da Clavis Prophetarum. Possuía cerca de 500 Cartas que foram publicadas em 3 volumes. As suas obras começaram a ser publicadas na Europa, onde foram elogiadas até pela Inquisição.
Já velho e doente, teve que espalhar circulares sobre a sua saúde para poder manter em dia a sua vasta correspondência. Em 1694, já não conseguia escrever pelo seu próprio punho. Em 10 de junho começou a agonia, perdeu a voz, silenciaram-se seus discursos. Morre na Bahia a 18 de julho de 1697, com 89 anos.

Obra

Deixou uma obra complexa que exprime as suas opiniões políticas, não sendo propriamente um escritor, mas sim um orador. Além dos Sermões redigiu o Clavis Prophetarum, livro de profecias que nunca concluiu. Entre os inúmeros sermões, alguns dos mais célebres: o "Sermão da Quinta Dominga da Quaresma", o "Sermão da Sexagésima", o "Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda", o "Sermão do Bom Ladrão","Sermão de Santo António aos Peixes" entre outros.
Vieira deixou para trás cerca de 700 cartas e 200 sermões.


Gregório de Matos

Gregório de Matos (1636-1696) é o maior nome da poesia barroca brasileira. Não teve nenhum livro publicado em vida. Depois de sua morte, os manuscritos encontrados foram sendo publicados em diferentes coletâneas, sem nenhum rigor crítico. O que chamamos de obra poética de Gregório de Matos é, na verdade, fruto de pesquisas nessas coletâneas, o que ainda deixa dúvida sobre a autenticidade de muitos textos que lhe são atribuídos.
Suas poesias amorosas e religiosas, que revelam influência do barroco espanhol, despertaram inicialmente a atenção da crítica, mas hoje sua produção satírica, escrita em linguagem debochada e plena de termos de baixo calão, também vem sendo valorizada por representar um documento do ponto de vista sociológico e linguístico. Por suas críticas ferinas à sociedade baiana, Gregório de Matos recebeu o apelido de "Boca do Inferno".
"Esse povo maldito..."
[Fugindo da Bahia]
"(...)
Ausentei-me da Cidade
Porque esse Povo maldito
me pôs em guerra com todos
e aqui vivo em paz comigo.
Aqui os dias não me passam,
porque o tempo fugitivo,
por ver minha solidão,
pára em meio do caminho.
Graças a deus, que não vejo
neste tão doce retiro
hipócritas embusteiros[2]
velhacos entremetidos[3].
Não me entram nesta palhoça
visitadores prolixos[4],
políticos enfadonhos[5],
cerimoniosos vadios.
(...)"
O Barroco na literatura ?

A literatura barroca no Brasil foi introduzida pelos portugueses, quando não havia uma produção cultural significante no país. Por isso, refletindo a literatura portuguesa, a produção literária nesse período não é reconhecida como genuinamente nacional, mas um estilo absorvido e resultante do período colonial.[1]
Sua linguagem é rebuscada e ambígua. Caracteriza-se por utilizar largamente figuras de linguagem: metáfora; antítese; o paradoxo; e a

Antecedentes

Nos séculos XVII e XVIII, ainda não havia no Brasil condições para o desenvolvimento de uma atividade literária propriamente dita. O imenso território era, na maior parte, despovoado. A vida social brasileira girava em torno de alguns pequenos núcleos urbanos e a vida cultural praticamente não existia. As pessoas letradas que viviam nas mesmas cidades reuniam-se para conversar e mostrar, uns aos outros, os textos que eventualmente tivessem escrito (poesias, artigos, ensaios etc.). Só no século XIX começou a formar-se um público leitor que possibilitou a continuidade da produção literária.

Surgimento

Em vista dessa precariedade cultural da sociedade brasileira, seria exagero falar em movimento barroco no Brasil. O que temos, na verdade, são alguns escritores que, bebendo em fontes estrangeiras (geralmente autores portugueses e espanhóis), produzem aqui textos com características barrocas. Desses escritores merecem destaque Gregório de Matos, por suas poesias, e o padre Antônio Vieira, por seus sermões. Além deles, temos Bento Teixeira (1561-1600), autor do poema Prosopopéia, de 1601, que costuma ser considerado o marco inicial do Barroco brasileiro, e Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711), autor do livro Música do Parnaso.
O que é Barroco?
Barroco é o nome dado ao estilo artístico que floresceu entre o final do século XVI e meados do século XVIII, inicialmente na Itália, difundindo-se em seguida pelos países católicos da Europa e da América, antes de atingir, em uma forma modificada, as áreas protestantes e alguns pontos do Oriente.
Considerado como o estilo correspondente ao absolutismo e à Contra-Reforma, distingue-se pelo esplendor exuberante. De certo modo o Barroco foi uma continuação natural do Renascimento, porque ambos os movimentos compartilharam de um profundo interesse pela arte da Antiguidade clássica, embora interpretando-a diferentemente, o que teria resultado em diferenças na expressão artística de cada período. Enquanto no Renascimento as qualidades de moderação, economia formal, austeridade, equilíbrio e harmonia eram as mais buscadas, o tratamento barroco de temas idênticos mostrava maior dinamismo, contrastes mais fortes, maior dramaticidade, exuberância e realismo e uma tendência ao decorativo, além de manifestar uma tensão entre o gosto pela materialidade opulenta e as demandas de uma vida espiritual. Mas nem sempre essas características são bem evidentes ou se apresentam todas ao mesmo tempo. Houve uma grande variedade de abordagens estilísticas, que foram englobadas sob a denominação genérica de "arte barroca", com certas escolas mais próximas do classicismo renascentista e outras mais afastadas dele, o que tem gerado muita polêmica e pouco consenso na conceituação e caracterização do estilo.[1]
Para diversos pesquisadores o Barroco constitui não apenas um estilo artístico, mas todo um período histórico, todo um novo modo de entender o mundo, o homem e Deus. As mudanças introduzidas pelo espírito barroco se originaram, pois, de um grande respeito pela autoridade da tradição clássica, e de um desejo de superá-la com a criação de obras originais, dentro de um contexto social e cultural que já se havia modificado profundamente em relação ao período anterior. http://womansgazette.com.br/wp-content/uploads/2012/05/barroco8.jpg